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Terapia de Aceitação e Compromisso
André Pereira
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O sofrimento humano é inevitável. Mesmo podendo contar com diversos recursos, ainda assim, somos vulneráveis a sentimentos, pensamentos e sensações físicas relacionadas à ansiedade, tristeza, raiva, entre outros. A simples presença dos mesmos, segundo a ACT, não indica um problema por si só. Segundo o modelo desenvolvido por Hayes e colaboradores (1999), sintomas psicológicos disfuncionais são causados pelos mesmos mecanismos envolvidos com a nossa adaptação, especialmente aqueles relacionados à linguagem humana. A atividade simbólica permite que reajamos a estímulos que não estejam presentes no exato momento. Em muitos casos esta capacidade é adaptativa, mas se usada de forma rígida pode se tornar prejudicial. Segundo esta visão, pensamentos ou emoções angustiantes fazem parte da experiência humana e podem ser funcionais. Para a ACT o problema está na maneira com que reagimos a estas experiências. Hayes, Strosahl e Wilson apontam que a inflexibilidade psicológica é a principal responsável pelas dificuldades relatadas por pessoas com alto grau de sofrimento. Esta última seria produto de seis processos interconectados, quais sejam:
• Evitação experiencial
• Fusão cognitiva
• Apego ao self conceitualizado
• Domínio do passado e futuro conceitualizados
• Inação, impulsividade ou persistência evitativa
• Falta de clareza dos valores
Entre os principais fatores relacionados às queixas psicológicas pode-se destacar a evitação experiencial e a fusão cognitiva. A primeira se refere às tentativas de controle e supressão de experiências angustiantes. A fusão cognitiva ocorre quando pensamentos e suas referências ficam conectados profundamente. Desta forma, ter um pensamento passa a ser o mesmo que estar diante do fato em si. Este tipo de processo é bastante comum em pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Para estas pessoas ter um pensamento ruim se torna tão estressante quanto viver a situação imaginada.
Hayes, Strosahl e Wilson (2012) sugerem seis outros processos que favoreceriam a flexibilidade psicológica, são eles:
• Aceitação
• Desfusão cognitiva
• Atenção flexível ao momento presente
• Valores
• Ação comprometida
• Self-como-contexto
Segundo esta perspectiva, o tratamento proposto pela ACT busca ajudar o paciente a desenvolver uma consciência mais aguçada de suas emoções e pensamentos, e que escolham reagir a eles da forma que julgam ser melhor de acordo com seus valores.
Referências:
Hayes, S. C., Strosahl, K. D., & Wilson, K. G. (1999). Acceptance and commitment therapy: An experiential approach to behavior change. New York: Guilford Press
Hayes,S. C., Strosahl, K. D., & Wilson, K. G. (2012) Acceptance and commitment therapy: The process and practice of mindful change. New York: Guilford Press
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